quinta-feira, 6 de maio de 2010

GÍRIAS dos tempos de nossos avós

Vocabulário diversificado

Andar na moda é uma questão de “sobrevivência social” para muitos de nossos alunos. De alguma forma, já é de conhecimento deles que na língua também há formas de falar que são consideradas absolutamente inadequadas para quem deseja passar uma imagem de jovialidade e ganhar o respeito em meio a um grupo de colegas na escola, por exemplo.

Tendo este conhecimento como base, o professor poderá explicar para os alunos as mudanças sofridas pela língua durante os anos. A língua é viva e, como tudo o que é vivo, sofre mudanças no decorrer do tempo.

Ao ensinar sobre as mudanças ocorridas no vocabulário e em algumas expressões que devem ou não ser empregadas em determinados ambientes, o professor tem a chance de diminuir a resistência aos estudos que o aluno normalmente tem.

Isto porque pode ser evidenciado que é necessário documentar a língua, de modo que futuras gerações possam conseguir estudar nosso tempo e, também, para a manutenção de conhecimentos e experiências que com o tempo e as inovações poderão ser aperfeiçoadas. Sem uma padronização da língua, tudo isso pode sofrer ônus.

Explique que mesmo havendo diferenças regionais, as quais são todas corretas e dignas de respeito e de admiração como variante de uma mesma língua, é preciso algum tipo de padronização da forma de se falar e escrever, de forma que o que se fala em São Paulo possa ser compreendido no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul etc.

Através de explicações semelhantes a essas, o aluno pode entender um pouco da lógica de se estudar tantas regras na língua portuguesa. Para se ter noção da dimensão do mundo linguístico, apresente aos seus alunos alguns exemplos de expressões que em alguns determinados momentos já foram muito utilizadas.

Observe abaixo, uma lista com 50 gírias e à frente de cada uma o seu significado. Esta lista foi extraída do site “Só Português” (http://www.soportugues.com.br/secoes/curiosidades/girias_antigas.php):

À beça ― Pra caramba.

Bacana ― Bom, bonito.

Barato ― Excelente.

Barra limpa ― Fora de perigo.

Batuta ― Algo ou alguém legal.

Beca ― Roupa elegante.

Bicho ― Amigo.

Boa pinta ― Pessoa de boa aparência.

Bode ― Confusão.

Borocoxô ― Tristinho.

Botar pra quebrar ― Causar, acontecer.

Broto ― Mulher jovem e atraente.

Bulhufas ― Absolutamente nada.

Cafona ― Fora de moda.

Carango ― Carro.

Careta ― Pessoa conservadora.

Chapa ― Amigo.

Chato de galocha ― Pessoa muito irritante.

Chocante ― Legal.

Dançou! ― Perdeu!

Dar no pé ― Ir embora.

De lascar ― Situação complicada, difícil.

Do arco da velha ― Algo antiquado.

Dondoca ― Mulher da alta sociedade.

É fogo! ― É difícil!

Estourar a boca do balão ― Arrasar, extrapolar.

Fichinha ― Algo fácil.

Gamado ― Apaixonado.

Grilado ― Preocupado.

Ir na onda ― Acompanhar.

Joia ― Legal.

Pão ― Homem bonito.

Patavinas ― Absolutamente nada.

Patota ― Turma, galera.

Pé de valsa ― Indivíduo que dança bem.

Pega leve! ― Devagar!

Pindaíba ― Sem dinheiro.

Pintar ― Aparecer.

Pode crer! Acredite!

Pombas! ― Expressão que denota surpresa ou indignação.

Pra frente ― Moderno.

Quadrado ― Conservador.

Sacou? ― Entendeu?

Serelepe ― Alegre.

Supimpa pra dedéu ― Algo muito legal.

Transado ― Com visual bonito, moderno.

Traquinas ― Criança aprontona.

Tutu ― Dinheiro.

Um estouro! ― Algo grandioso.

Chuchu beleza! ― Tudo bem!

Somente por meio desta lista já podemos ter noção da flexibilidade de nossa língua-materna. Ao trabalhar este assunto, o professor pode solicitar auxílio de seus alunos para atribuírem o significado ou as variantes de significado de cada expressão. O professor também pode sugerir que seus alunos façam uma pesquisa com seus avós, pais e familiares e conhecidos mais velhos, de maneira a eles próprios elaborarem uma lista de modificações que muitas expressões sofreram com o passar dos anos. Vale a pena investir neste assunto!

Erika de Souza Bueno
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1827

Profa Ms Claudia Nunes

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